sexta-feira, 18 de junho de 2010

Governo Britânico quer trocar lixo por vale-compras

Recicle seu lixo e ganhe um vale-compras. Essa poderá ser uma das táticas adotadas pelo governo britânico para mobilizar a população local a descartar corretamente o lixo, reduzindo, assim, o envio de materiais recicláveis para aterros sanitários. A ação já foi adotada em um projeto piloto em duas províncias inglesas, o que ajudou a aumentar em 35% as taxas de reciclagem de resíduos nesses locais.

Segundo o jornal Daily Mail, a secretária do Meio Ambiente, Caroline Spelman, divulgou no início da semana um relatório sobre as estratégias da política de resíduos sólidos do país. O excesso de embalagens que acompanham produtos alimentícios e brinquedos apareceu como um dos principais vilões dos aterros. "Precisamos de uma nova abordagem para resíduos que trabalhe para a nova economia", disse Spelman, ao criticar o descarte desses materiais no lixo comum.

Ela também cobrou maior consciência dos consumidores e defendeu a implantação do projeto que prevê a oferta de vale compras em troca de lixo. Ainda segundo o jornal britânico, Spelman disse que os resíduos biodegradáveis, como restos de comida, poderiam ser transformados em energia e que o governo pretendia aumentar a capacidade do país para a digestão anaeróbia - um processo químico que produz energia renovável.

A política de resíduos sólidos da Grã-Bretanha deverá passar por uma revisão, que vai estudar novas formas de lidar com os resíduos comerciais para reduzir a quantidade de lixo criado na produção e varejo. Também serão analisadas as construções de mais instalações para o processamento de lixo reciclável no Reino Unido - em vez de enviá-la ao estrangeiro - que prevê a rotulagem específica e clara do que pode ser reciclado.

Fone: Vanessa Barbosa - Exame.com
16/06/2010

domingo, 13 de junho de 2010

'Pegada Ecológica' calcula consumo de recursos naturais

Se os recursos naturais da Terra fossem o saldo de uma conta bancária, a humanidade já estaria usando o cheque especial para sobreviver, gastando 45% a mais do que seu "salário" permite.
Essa é a mensagem central do conceito de pegada ecológica, criado para estimar, com números, o quanto o padrão de vida moderno se tornou insustentável diante das possibilidades finitas que o planeta tem de fornecer água, alimentos e energia.

Além de permitir uma visão global da "conta-corrente" da espécie humana, a pegada ecológica também aponta o que cada pessoa deve fazer para que seu próprio nível de consumo se torne mais compatível com o que o solo, os rios e o oceano realmente conseguem produzir.

O índice dá pistas importantes sobre o que é preciso mudar. E mostra que não há soluções fáceis ou de curto prazo, por mais que algumas atitudes individuais tenham impacto positivo.

TERMÔMETRO DIDÁTICO
"Não se trata de uma medida exata, mas de uma espécie de termômetro, que nos ajuda a ter uma ideia da gravidade da situação", compara o biólogo Samuel Barreto, coordenador do programa Água para a Vida da ONG ambientalista WWF-Brasil.

Esse termômetro usa uma medida em hectares, correspondente à fatia da superfície terrestre, incluindo solo e mares, que uma pessoa utiliza para sustentar seu padrão de vida (confira o infográfico).

Por isso mesmo, a conta precisa embutir a área usada para produzir os vegetais e a carne devorados por essa pessoa, bem como os trechos de oceano onde são pescados os peixes que ela come.

Calcula-se ainda a área de florestas e outros tipos de vegetação responsáveis por absorver os gases do efeito estufa produzidos por esse indivíduo - afinal, sem essa absorção, a temperatura da Terra se eleva, bagunçando parâmetros essenciais, como a produtividade agrícola.

SINAL AMARELO
O resultado dessa multidão de contas é que leva os pesquisadores a adotar a metáfora do cheque especial. Existe, por exemplo, um limite para a recuperação da fertilidade do solo após seu uso para a agricultura, ou para a taxa de reprodução e crescimento dos atuns depois que os cardumes deles são pescados. Se tais limites são ultrapassados, vem o sinal amarelo.

Nesses casos, a longo prazo a situação é insustentável, porque os estoques naturais não conseguem se recuperar - tal como os juros que corroem cada vez mais o limite de uma conta bancária.

Uma forma de indicar esse uso dos "juros" é torná-lo equivalente ao número de "Terras" que a pessoa teria de usar para se sustentar. O padrão de vida de europeus e americanos exige, por exemplo, entre 3,5 e 5 "Terras".

"Pensando com base na pegada ecológica, o que a gente quer evitar é justamente a escassez de recursos que acompanha esse tipo de cenário e os conflitos que podem vir dela", diz Barreto.

REINALDO JOSÉ LOPES
Fonte: Folha Online

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Lançamento da Cartilha de Educação Ambiental

IFEC - Instituto Interamericano de Fomento à Educação, Cultura e Ciência.


IFEC LANÇA CARTILHA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA


Nosso Instituto lançou esta temática Cartilha de Educação Ambiental e Cidadania pesquisada e organizada pela parceira "De Andréa e Fritsch" e impressa pela nosa parceira Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro.

A Cartilha tem sido amplamente distribuída desde maio em alusão ao Dia do Meio Ambiente e, como todos os materiais e ações do IFEC, a Cartilha pode ser retirada diretamente em nosso Instituto ou ser recebida através de nossas ações diretas e de parceiros, de forma inteiramente gratuita.


Contatos para solicitação da Cartilha Ambiental pelo e-mail: nea-ifec@ifec.org.br e/ou através do telefone de nossa Sede Administrativa: (21) 2610-0953 ( de segunda à sexta das 10h às 17h).

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Parque Ecológico

O parque eco-tech: sem poluir, com tecnologia de 20 anos atrás
O aqueduto não chega aqui: a chuva do telhado é levada a cisternas. Nem o carteiro passa para entregar as contas de gás ou do óleo diesel no Parque das Energias Renováveis em Frattuccia Guardèa, província de Terni, na Itália. A eletricidade necessária está na bateria traseira, alimentada por painéis fotovoltaicos de 2,5 Kw no telhado, por painéis solares de 1,4 Kw em cima da varanda e de dois geradores eólicos de 1,4 Kw. E se a meteorologia não ajudar, um grupo eletrógeno de 5 Kw que queima óleos vegetais é ativado automaticamente. A coisa ou os girassóis dos quais eles são produzidos são cultivados nessas empresas agrícolas de 40 hectares, dos quais 30 são de área verde. O próprio trator foi adaptado para funcionar com óleo vegetal.

Alessandro Ronca, que é o jovem fundador e o diretor do parque, explica: "Queríamos simplesmente demonstrar que tudo isso é possível. Que um estilo de vida sustentável está ao alcance de qualquer um, e não exige que se renuncie aos confortos ou que se recorra a tecnologias ousadas. Tudo o que é preciso para fazer com que o parque siga em frente foi inventado pelo menos há 20 anos".

No almoço, por exemplo, cozinha-se com forno solar, que no verão faz ferver uma panela de água em poucos minutos. No inverno, esse conjunto de espelhos de alumínio (muito usado na África) é deslocado para a estufa que está no lugar da varanda. A água quente chega dos painéis solares ou da estufa alimentada a lenha, serragem ou papel reciclado.

Em Frattuccia, são organizados também seminários para difundir o conhecimento das tecnologias sustentáveis. "Mas a atividade que nos dá mais satisfação são os cursos para crianças", explica Ronca, enquanto gira uma manivela que faz acender vários tipos de lâmpadas. "Com este aparelho, as crianças descobrem quanto custa produzir eletricidade. E como é mais fácil fazer iluminar uma lâmpada de baixo consumo em comparação com uma tradicional. Hoje, é tão simples acender um interruptor que perdemos o valor da energia".

Na sala onde se realizam os cursos, a iluminação é ótima, apesar da localização em um semi-subsolo. Porém, as lâmpadas fixadas no teto nunca ouviram falar de eletricidade. "São amplificadores de luz natural e lentes de Fresnel, usadas também no cinema", explica Ronca. A luz recolhida do exterior é conduzida e refletida em tubos de alumínio, depois jogada na sala. Permite que se mantenha os lustres desligados até o último raio de sol.

O inverno chuvoso e a primavera raivosa mantiveram quase cheias as cisternas de 250 mil litros do parque. E um dos dois geradores eólicos está parado porque a bateria está cheia. "A empresa agrícola – explica Ronca – havia sido abandonada por causa da seca depois dos anos 80. Hoje, graças também à recuperação das águas usadas, nos tornamos autossuficientes mesmo tendo agroturismo e restaurante".

Antes de realizar o parque, Ronca havia trabalhado nos vilarejos turísticos do Quênia e da Tanzânia. "A água era transportada em caminhões e, nos safaris, a única fonte de energia era o sol", relata. Entre as suas fontes de inspiração, está o Cat (Center for Alternative Technology), uma espécie de comunidades reunidas por alguns idealistas do País de Gales que se cansaram de marchar contra a energia nuclear e decidiram construir um edifício para viver sem poluir.
"Hoje, o Cat – conta Ronca – se tornou um parque ecológico com 80 mil visitantes por ano, que organiza cursos para técnicos ou cidadãos normais, explicando a importância dos painéis solares ou ensinado como produzir biodiesel em casa". Demonstrações de que até os idealistas, com a competência e a tecnologia, chegam longe.


(Por Elena Dusi - Envolverde/IHU-OnLine)