quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Rio terá usina para transformar lixo em energia elétrica

O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe) começa a elaborar a proposta de construção de uma usina para transformar o lixo da capital fluminense em energia elétrica. O anúncio foi feito ontem (17) pelo coordenador técnico do projeto e pesquisador do Coppe, Luciano Basto, durante a assinatura do convênio entre o instituto e a Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb).

Com o acordo, pesquisadores das duas instituições vão analisar a viabilidade técnica e ambiental da instalação de uma unidade de tratamento no bairro do Caju, na zona portuária da cidade, por onde passa metade do lixo produzido pelos fluminenses. Luciano Basto acredita que o estudo, com o cálculo de custos e identificação de tecnologia, seja entregue à prefeitura do Rio em dois meses.

“O investimento pode ser até mais caro do que as tradicionais soluções para destinação de lixo e oferta de eletricidade. Mas como lixo é um combustível a custo negativo, pelo qual a sociedade paga para se livrar do problema, e o tratamento energético do lixo evitaria emissões de gases de efeito estufa, essas receitas adicionais podem ser contabilizadas como benefícios para esse tipo de aproveitamento energético”, estimou o pesquisador.

Basto disse ainda que o aproveitamento energético seria de 100%, considerando que a usina será instalada dentro da cidade, diferente, segundo ele, das hidrelétricas que atendem 80% da matriz energética do país. Por estarem distantes dos grandes centros urbanos, as hidrelétricas registram perda de cerca de 15% da eletricidade gerada.

Atualmente, o Rio de Janeiro produz 9 mil toneladas de lixo por dia. Os detritos são encaminhados a três estações de transferência da cidade: Caju (zona portuária), Irajá (zona norte) e Jacarepaguá (zona oeste). Dessas estações, o lixo é transportado para dois aterros sanitários.

A usina na estação do Caju, que recebe o maior volume de detritos da cidade, poderia chegar a 500 megawatts de potência instalada. Pelos cálculos do Coppe, a transformação de 9 mil toneladas de lixo em energia seria suficiente para abastecer 1,5 milhão de residências, com consumo médio de 200 quilowatts/hora por mês.

A presidente da Comlurb, Ângela Nóbrega Fonte, garantiu que a empresa vai fornecer todo o material para os estudos e espera abrir o processo de licitação para a construção da usina em 6 meses. “Além do que já temos feito no aterro [sanitário] de Gramacho, minimizando a emissão de gases do efeito estufa, e em Seropédica, onde será construído um aterro sanitário controlado com licenciamento ambiental, essa novidade é muito importante para a população. Isso vai trazer mais recursos para a cidade e o meio ambiente vai agradecer”, comemorou Ângela Nóbrega.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2010/08/18/rio-tera-usina-para-transformar-lixo-em-energia-eletrica/ - Reportagem de Carolina Gonçalves, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 18/08/2010

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Plano Nacional de Recursos Hídricos (Parte 1)

A Prefeitura do Rio diz, que a cidade é uma das Metrópoles com menor emissão de gases do efeito estufa

A Prefeitura do Rio lançou nesta sexta-feira a segunda edição do Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa, que aponta a cidade como uma das metrópoles do mundo que menos produzem esses gases.

O estudo pesquisou a emissão de três gases - dióxido de carbono, metano e óxido nitroso - ao longo de 2005. Esses são os principais responsáveis pelo efeito estufa. No Rio foram emitidas 2,17 toneladas de carbono por habitante naquele ano. No Brasil, o índice foi de 9,4 toneladas por habitante.

Segundo Nelson Moreira Franco, gerente de mudanças climáticas da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em Pequim o índice é de 6,9 toneladas por habitante ao ano. Nova York (7,1 t), Xangai (8,1 t), Toronto (8,2 t) e Washington (19,7 t) são outras metrópoles com índices bem maiores do que o do Rio. "De todos os índices que conheço, o do Rio é o menor", afirma o pesquisador, que atribui a situação à quantidade de vegetação existente no Rio. O carbono é absorvido pelos vegetais.

No Brasil, Franco afirma conhecer índices de algumas cidades. No Estado de Minas Gerais, por exemplo, o índice é de 6,38 toneladas anuais por habitante, diz. Ele não tem dados de São Paulo. No Rio, o índice de todo o Estado é de 4,5 toneladas por habitante ao ano.

Segundo a pesquisa, ao longo de 2005 o Rio emitiu 13,26 milhões de toneladas desses gases. O principal responsável pelas emissões foi o setor rodoviário (41%), seguida pelos resíduos sólidos (lixo), com 33%, e a indústria (11%).

Baseada em projeções, a Secretaria do Ambiente afirma que em 1998 foram emitidas 13,5milhões de toneladas de carbono - o volume sofreu uma pequena queda nos últimos sete anos, portanto, segundo o inventário. Os dados da pesquisa servem para orientar políticas públicas ambientais a Prefeitura do Rio prevê plantar 2 milhões de árvores até 2012 e construir 150 km de ciclovias até 2013.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/782922-rio-e-uma-das-metropoles-com-menor-emissao-de-gases-do-efeito-estufa-diz-prefeitura.shtml

sábado, 14 de agosto de 2010

LEI DE RESÍDUO SÓLIDO EXIGIRÁ R$ 6,1 Bi

Valor é quanto associação do setor estima que será necessário, ao longo de 4 anos, para a implantação e manutenção das iniciativas previstas no plano, sancionado ontem pelo presidente Lula. Governo investirá inicialmente R$ 1,5 bilhão, informou ministra
Sancionada na segunda-feira (2/8) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Política Nacional de Resíduos Sólidos exigirá investimentos de pelo menos R$ 6,1 bilhões nos próximos quatro anos para a implantação e manutenção das iniciativas previstas no plano, como a criação de aterros sanitários. A estimativa é da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre).

Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o governo deve investir inicialmente R$ 1,5 bilhão, a partir de 2011 - verba que será repassada para Estados, municípios e cooperativas para ações focadas.

A nova lei deve provocar mudanças na forma como a sociedade lida com o lixo. Um dos pilares do marco regulatório do lixo, a coleta seletiva não é plenamente difundida no País. De acordo com dados da Abrelpe, 44,1% dos municípios brasileiros não dispõem desse tipo de iniciativa.

As novas diretrizes do governo estabelecem ações como o chamado sistema de logística reversa, pelo qual empresas de eletroeletrônicos, pilhas e pneus terão de dar destinação adequada para itens usados. Proíbe ainda lixões, prevê que Estados e municípios façam planos específicos para a destinação do lixo, além de incentivar linhas de financiamento para cooperativas.

"Todo mundo passa a ser responsabilizado pela destinação apropriada dos resíduos sólidos. Isso exige um trabalho monumental, mas temos (agora) um novo patamar de legislação", disse a ministra, ontem, durante cerimônia. Foram necessárias duas décadas para que o texto ganhasse forma final, passasse pelo Congresso e chegasse às mãos do presidente Lula.

Uma campanha educativa deve ser lançada em breve, para conscientizar a população sobre o assunto. "Precisamos intensificar a informação ao cidadão, mudar esse comportamento, reduzir inclusive o consumo. Hoje, só o Estado de São Paulo produz diariamente 40 mil toneladas de resíduos sólidos. E a região metropolitana, mais cerca de 18 mil toneladas por dia", afirmou.

"Demos um grande passo. Nunca vi diversos setores, tanto da sociedade civil quanto do governo e empresariado, tão engajados no avanço da questão", comentou o presidente da Abetre, Diógenes Del Bel.

"Demorou, mas hoje estamos entrando com o pé no acelerador." A coleta seletiva de lixo, avalia Del Bel, é um dos maiores desafios para o sucesso da implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Na Região Nordeste, por exemplo, 66,3% dos municípios não separam apropriadamente o lixo; no Centro-Oeste, o índice é ainda pior: 77,3%.

"Precisamos avançar na coleta. Temos ainda uma cultura de desperdício, mas vemos muitas iniciativas ocorrendo, a sociedade tem evoluído, há uma grande transformação cultural", disse.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê que Estados, municípios e a União façam planos, com diagnóstico da situação atual, proposição de cenários e estabelecimento de metas e programas. Fica proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos. Além disso, embalagens deverão ser fabricadas com materiais que propiciem a sua reutilização ou reciclagem.

A lei proíbe tanto o lançamento de resíduos sólidos ou rejeitos a céu aberto quanto a fixação de habitantes nas áreas de disposição final do lixo.

Uma série de ações ainda depende de regulamentação para que entrem em vigor. O governo precisa definir, por exemplo, como se darão os acordos setoriais, a implantação do sistema de informações e os cronogramas do plano nacional e da logística reversa.

Fonte: Rafael Moraes Moura - O Estado de SP, 3/8 - http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72565

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

CIDADE PAULISTA VAI TRANSFORMAR LIXO EM ENERGIA

A prefeitura da cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, planeja iniciar em 2012 as obras do projeto para o Sistema de Processamento e Reaproveitamento de Resíduos, integrado à Usina de Recuperação de Energia. Batizada de usina verde, a unidade produzirá até 30 MWh, o suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 300mil habitantes. O investimento na construção da usina está estimado em R$ 220 milhões, feito por meio de Parceria Público Privada.

Segundo a prefeitura da cidade, a usina ocupará uma área de 30 mil metros quadrados. O município gasta, por ano, R$ 14 milhões para descartar seus resíduos no aterro Lara, em Mauá. A projeção é que, com o sistema de processamento, os custos caiam pela metade. O biogás produzido pelos resíduos orgânicos também será queimado e utilizado para gerar energia elétrica. Por fim, o subproduto desse processo poderá ser transformado em adubo por meio do processo de compostagem.

Fonte: Agencia Ambiente energia – www.ambienteenergia.com.br – 09/08/2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Lula Sanciona Lei de Resíduos Sólidos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sanciona nesta segunda-feira, dia 2 de agosto, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), depois de duas décadas de tramitação no Congresso Nacional. Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, com a aprovação da política, o Brasil passa a ter um conjunto de instrumentos inovadores para a solução dos problemas do lixo no país.

A legislação incorpora mudanças como a logística reversa, um conjunto de ações para facilitar o retorno dos resíduos aos seus geradores para que sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos. Outra inovação é a previsão da gestão compartilhada, o que significa dividir as responsabilidades entre sociedade, iniciativa privada e poder público. Segundo estatísticas, as cidades brasileiras produzem, por dia, 150 toneladas de lixo.

Os principais objetivos da nova lei são:
• A não-geração, redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos;
• Destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos;
• Diminuição do uso dos recursos naturais (água e energia, por exemplo) no processo de produção de novos produtos;
• Intensificação de ações de educação ambiental;
• Aumento da reciclagem no país;
• Promoção da inclusão social;
• Geração de emprego e renda para catadores de materiais recicláveis.

Propostas
A PNRS institui o princípio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, o que abrange fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Um dos pontos fundamentais da nova lei é a chamada logística reversa que se constitui em um conjunto de ações para facilitar o retorno dos resíduos aos seus geradores para que sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos. De acordo com as novas regras, os envolvidos na cadeia de comercialização dos produtos, desde a indústria até as lojas, deverão estabelecer um consenso sobre as responsabilidades de cada parte.

As empresas terão até o final de 2011 para apresentar propostas de acordo. Quem perder o prazo ficará sujeito à regulamentação federal. Atualmente, a logística reversa já funciona com pilhas, pneus e embalagens de agrotóxicos. Mas é pouco praticada pelo setor de eletroeletrônicos, que foi um dos que mais contestaram tal ponto do projeto.

FONTE: www.ambienteenergia.com.br e www.ecodesenvolvimento.org.br